sexta-feira, 29 de maio de 2015

#05 Tempo de GFP!

É chegado o Global Focus Program (GFP), o tour mundial de um mês e meio por quatro continentes, sete países. No CSC, conferência inaugural do programa de 2015 da Nuffield, tivemos a oportunidade de conhecer os bolsistas participantes desta edição, discutir as pautas mais atuais e pertinentes ao agronegócio global, refletir sobre a nossa responsabilidade e inserção nesse meio e projetar um futuro com soluções aos entraves e gargalos que enfrentamos, possíveis de serem implementadas por todos nós – além de, claro, conhecer a belíssima região de Reims, França. Também estivemos em direto contato com as pessoas que fazem a Nuffield acontecer, com sua filosofia e poder de transformação, representantes de todos os países integrantes e totalmente comprometidas com a instituição.
Acredito que todo esse engajamento e imersão nos bem preparou para o tour que segue. É preciso testemunhar os eventos de que tanto falamos sobre, e conhecer aqueles que se envolvem diretamente com a dinâmica agrícola. Quem são as autoridades responsáveis pela administração agrícola australiana? Como se dá a interação de grandes empresas e a pequena população rural na Singapura? Qual é o driver de produção no Qatar? Como lidam com a grande limitação de área? Quais foram os caminhos traçados para que a Turquia se aproximasse da auto-suficiência de alimentos? A Índia tem potencial para se tornar o líder mundial em exportação de algodão? Esses são alguns dos questionamentos pessoais que pretendo abordar durante a viagem.
Espero que possamos respondê-los, todos dentro de um contexto de visitas que englobará: três dias em Canberra, Austrália, três dias em Singapura, nove dias em Madurai, Thekkady, Coimbatore, Amritsar, Ludhiana e Nova Deli, Índia, quatro dias no Qatar, sete dias na Turquia, sete dias na França e 13 dias nos Estados Unidos.
Tenho a certeza de que será uma experiência única e inédita na vida de todos nós, bolsistas companheiros de viagem. Talvez eu já tenha tido algum vislumbre do que esperar dessa viagem. Em abril deste ano recebi o privilégio de encontrar o grupo GFP Brazil em Minas Gerais, que já rodava o mundo há semanas no mesmo programa que estou prestes a iniciar, porém por países diferentes.
O grupo, formado por John Buckley, Joe Burke, Michael Craig, Reece Curwen, Jonathan Dyer, Andrew Freeth, Ben Haslett, Tom Quigley, Colin Hudon and Ben Allomes, percorreu diversos países, montando o mesmo painel sobre o agro global, sob perspectivas diferentes. Por causa de compromissos como analista, não pude estar presente todo o momento em que estiveram em solo brasileiro, mas os acompanhei em visita às empresas TecnoSeeds, e sua fábrica em fase de conclusão no município de Uberlândia, produtora de cultivares híbridas de vegetais, Vereda Alimentos, que atua nos ramos de suinocultura e avicultura, Bioenergética Aroeira, usina capaz de moer até 1,3 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, podendo produzir mais de 400 mil litros de etanol hidratado por dia e energia que potencialmente abasteceria duas cidades do tamanho de Tupaciguara, onde está localizada, Montesa Agropecuária, especialista no fornecimento de batatas destinadas as indústrias de processamento e consumo fresco, além de café, e Grupo Boa Fé (Ma Shou Tao), um complexo agroindustrial, que atua desde a pecuária leiteira intensiva até a fabricação de lanches derivados da soja com compromisso nutricional.
A turma em visita à Bioenergética Aroeira
O pouco tempo que estive com eles me foi muito enriquecedor, mesmo o ambiente sendo familiar – resido no município de Uberlândia. Por isso, encorajo todos a se programarem e fazerem uma visita ao Brasil. Este é um país, como já dito antes, de significativa produção agrícola, inserção tecnológica e tão rico em sua diversidade de empreendimentos, de culturas e de gestão.
Minhas expectativas quanto ao GFP são de total entusiasmo. Sei que conhecerei grandes mentes, lugares incríveis e realidades diversas. Espero poder contribuir com essa essa troca de experiências, aprender em cada encontro tão cuidadosamente planejado pela equipe Nuffield, lidar com as diferentes práticas que certamente surgirão durante o percurso e fazer novos amigos. Nada é mais valioso do que a oportunidade do aprendizado, e tanto pessoas quanto circunstâncias surgem em nossas vidas como escolas. Que eu, então, esteja presente em todas as aulas.
Que o programa comece!

#05 Time for GFP!

It begins the Global Focus Program (GFP), the world tour of a month and a half on four continents, seven countries. At the CSC, inaugural conference of the 2015 Nuffield program, we had the opportunity to meet the participating scholars, to discuss the most current guidelines and relevant topics to global agribusiness, to reflect on our responsibility and inclusion in the interim and to design a future with solutions facing the current barriers and bottlenecks, implemented by all of us - plus, of course, to get to know the beautiful region of Reims, France. We were also in direct contact with the people who make it happen at Nuffield, through its philosophy and processing power, representatives of all member countries, fully committed to the institution.
I believe that all this engagement and immersion very well prepared us for what follows. We must witness the events we spoke about, and meet those who engage directly with the agricultural dynamics. Who are the authorities responsible for the Australian agricultural administration? How does it work the interaction of large companies and the small rural population in Singapore? What is the output driver in Qatar? How to deal with its major limitation area? What were the paths traced for Turkey to approach self-sufficiency of food? Does India have the potential to become the world leader in cotton exports? These are some of the personal questions I want to address during the trip.
I hope we can answer them, all within a context of visits which will encompass: three days in Canberra, Australia, three days in Singapore, nine days in Madurai, Thekkady, Coimbatore, Amritsar, Ludhiana and Delhi, India, four days in Qatar, seven days in Turkey, seven days in France and 13 days in the United States.
I am sure it will be an unique and new experience in our lives. I might have had some glimpse of what to expect from this trip. In May this year I got the privilege of meeting the Brazil GFP group in Minas Gerais state, which was already running the world for weeks on the same program I am about to start, but by different countries.
The group, formed by John Buckley, Joe Burke, Michael Craig, Reece Curwen, Jonathan Dyer, Andrew Freeth, Ben Haslett, Tom Quigley, Colin Hudon and Ben Allomes, toured several countries, riding the same panel on global agri under different perspectives. Because of commitments as an analyst, I could not be there all the time they were in Brazilian soil, but I was present on visits to TecnoSeeds, and its plant nearing completion in Uberlândia, producing hybrid vegetable cultivars, Vereda Alimentos, which operates in the swine and poultry fields, Aroeira Bioenergetics, plant capable of grinding up to 1.3 million tons of sugarcane, which can produce more than 400 thousand liters of hydrated ethanol per day and potentially energy that would fuel two cities Tupaciguara size, where it is located, Montesa Agriculture, specialist in providing potatoes for the processing and fresh consumption industries, as well as coffee, and Boa Fé Group (Ma Shou Tao), an agro-industrial complex, which operates from intensive livestock to manufactured snacks made of soy with nutritional compromise.
The group at Aroreira Bioenergetics
The short time I was with them was very enriching, even in a familiar environment - I live in Uberlândia. Therefore, I encourage everyone to get to program and make a visit to Brazil. This is a country, as said before, of significant agricultural production, technology insertion and so rich in its diversity of businesses, cultures and management.
My expectations for the GFP are of full enthusiasm. I know I’ll meet great minds, great places and different realities. I hope to contribute to this exchange of experiences, learning in every encounter so carefully planned by the Nuffield team, dealing with different practices that certainly will come out during the course, and making new friends. Nothing is more valuable than learning opportunities, and both people and circumstances arise in our lives as schools. I, then, shall be present in all classes.
So it begins!

domingo, 3 de maio de 2015

#04 O tour Battlefield

Posterior à CSC, os bolsistas participaram do tour Battlefield (ou campo de batalha), organizado por Jim Geltch, num trajeto de três dias que percorreu o norte da França e Bélgica revisitando o passado da 1ª Guerra Mundial, seu legado de inúmeras perdas e destruição.
2015 é um ano especial, pois marca o 100º aniversário do Dia ANZAC (exército australiano e neozelandês), quando tropas dos dois países desembarcaram em Gallipoli, península turca, para se juntar à ofensiva dos Aliados.
Fomos remetidos a um passado de batalhas difíceis, de devastação de milhares de vidas e condições de sobrevivência que a nossa geração é afortunada em não compreender por completo. Esses três dias de imersão histórica deixou todo o grupo num estado de profunda reflexão acerca das motivações da guerra, do sentimento de dever e patriotismo de quem viveu à época, e dos caminhos traçados para que trilhássemos agora em paz, paz esta não absoluta, mas infinitamente superior a anos de confronto bélico global.
Três momentos me foram muito especiais nessa viagem: a ida ao Memorial Nacional Australiano, na comuna francesa Villers-Bretonneux, onde em abril de 1918 a vitória australiana significou um verdadeiro turning point na Guerra, ao Memorial Thiepval, ou Memorial Anglo-Francês, “to the missing of the Somme”, à memória de mais de 70 mil britânicos e sul-africanos que lutaram na Battle of the Somme – belas cartas de crianças frente às lápides dos soldados homenageando-os com carinho –, e a cerimônia no Portão Menin, que acontece todos os dias (sim, todos) às 20h em Ypres, Bélgica, para recordar os que lutaram em defesa da cidade.
Meu sentimento ao fim dessa jornada foi de gratidão, pela oportunidade de conhecimento desses eventos que muito definem quem somos e onde estamos hoje, e de respeito àqueles homens que escreveram a história da Guerra.
A maioria de nós, brasileiros, não traz em suas famílias o legado das 1ª e 2ª Guerras Mundiais, não teve seus familiares envolvidos e/ou mortos em campos de batalha e não viveu num país dizimado pelo confronto. O nosso menor (embora não homogêneo) envolvimento talvez signifique um privilégio, mas isso não tira o dever de nos informarmos a respeito e nos engajarmos.
As fotos do tour estão disponíveis aqui.
O grupo no memorial da Segunda Divisão Australiana

#04 The Battlefield tour

After the CSC, the scholars joined the Battlefield tour, organized by Jim Geltch, on a three-day path that ran through northern France and Belgium revisiting the 1st World War, its legacy of numerous losses and destruction.
2015 is a special year, as it marks the 100th anniversary of ANZAC Day (Australian and New Zealand Army Corps), when troops from both countries landed at Gallipoli, the Turkish peninsula, to join the Allied offensive.
We were sent to a past of hard battles, devastation of thousands of lives and living conditions that our generation is too fortunate to fully understand. These three days of historical immersion left the whole group in a state of profound reflection on the war motivations, the sense of duty and patriotism of those who lived at the time, and the paths traced so we would now walk in peace, not an absolute peace, but infinitely superior to years of global military confrontation.
Three moments were particularly special to me: the visit to the Australian National Memorial, in Villers-Bretonneux, where in April 1918 the Australian victory meant a turning point in the war, the Thiepval Memorial, or Anglo-French Memorial, "to the missing of the Somme", to the memory of more than 70 thousand British and South Africans who fought in the Battle of the Somme – beautiful letters from children fondly honoring the soldiers –, and the ceremony at the Menin Gate, that happens every day (yes, every day) at 08:00 PM in Ypres, Belgium, to remember those who fought in the city's defense.
My feeling at the end of this journey was gratitude for the opportunity to learn about the events that much define who we are and where we are today, and respect to those men who wrote History.
Most of us, Brazilians, don’t bring in their families the legacy of the 1st and 2nd World Wars, did not have their families involved and/or killed in battlefields and did not live in a country decimated by these confrontations. Our smaller (although not homogeneous) involvement may mean a privilege, but it does not take away our responsibility to learn about and engage.
The tour photos are available here.
The group at the Second Australian Division Memorial

sábado, 2 de maio de 2015

#03 Conferência Contemporânea de Bolsistas, ou Sentido de Companheirismo e Comprometimento

No dia 28 de fevereiro teve início a Conferência Contemporânea de Bolsistas (CSC) do programa de 2015 da Nuffield International. Cerca de 75 profissionais de diversos setores relacionados ao agronegócio se reuniram em Reims, na região de Champagne-Ardenne, França, para discutir os rumos da agricultura mundial, sob desenvolvimento de um setor agrícola inovador e dinâmico.
Esse foi o primeiro contato que fiz com os outros bolsistas, com os representantes da Nuffield de cada país, e com a série de ações desenvolvidas pela organização em colaboração global. Jean Lonie, representante da Nuffield EUA, nos deu a perfeita definição da conferência, logo em sua primeira fala: estávamos todos ali para ter nossas mentes esticadas, nossos conceitos confrontados e nossa visão ampliada. Trata-se de um verdadeiro exercício de compreensão das inúmeras esferas e realidades ao redor da agricultura de que não nos damos conta existirem.
Desde sempre, a História é determinada por pessoas que tomam para si a responsabilidade de transformação, e assumem a dianteira. A conferência tem esse objetivo, preparando a próxima geração de líderes na agricultura através da articulação das mais relevantes e atuais pautas do agronegócio mundial (sucessão, sustentabilidade, superpopulação, gerência, dentre outros).
Foram sete dias de trabalho intenso, conhecendo pessoas de todas as partes do mundo, estudando, discutindo, idealizando... Todo o conteúdo nos foi muito valioso e instrutivo, mas farei aqui uma imersão aos eventos que mais me acresceram:
Dia 1: linha do tempo de minha vida. Basicamente, montamos um gráfico cujo eixo X marcava anos de vida a datar do nascimento, onde retrataríamos acontecimentos determinantes em nossa história (bons e não tão bons), e o eixo Y marcava a escala de importância de tais fatos. Foi um excelente exercício para refletir a nossa trajetória de vida até aquele exato momento, e o usamos para nos apresentar aos colegas bolsitas.
Dia 2: a palestra de Edwin Van Raalte, a primeira e, pessoalmente, mais atual e completa sobre os dilemas que envolvem o futuro da agricultura. Discutimos a questão da crise global de alimentos, sob as premissas centrais de crescimento populacional (158 pessoas nascidas por minuto no mundo), desperdício (se todo o alimento desperdiçado se originasse de um país, este seria a 3ª economia no ranking geral) e sucessão (a cada 20 anos, o número de produtores rurais é reduzido pela metade). Segundo Edwin, o crescimento médio da produção agrícola é de 1,4%, enquanto o estimado seria de 1,75%.
Edwin Van Raalte e o futuro da agricultura
A questão do desperdício muda de perspectiva a depender do grau de desenvolvimento das nações. Em países desenvolvidos, o desperdício é mais grave a nível de consumidor final, enquanto que em economias em desenvolvimento perde-se muito ao longo da cadeia de valor, evidenciando a necessidade de aprimoramento das técnicas de produção e logística.
Dia 3: a visita às instalações do cluster Agro-Recursos e Indústria (IAR)/Cristal Union. A IAR apoia modelos de negócio baseados no princípio da biorefinação, responsável pelo uso integral das plantas (não há matéria inutilizada). Seus benefícios envolvem: o uso exclusivo de matérias-primas renováveis, independência de fontes de origem fóssil, redução da emissão de gases de efeito estufa, supressão do desperdício de insumos agrícolas e suporte ao desenvolvimento econômico de áreas afetadas pela migração da indústria.
A excursão contou com o direcionamento de Jean-Marie Chauvet e introdução prévia de Olivier De Bohan, presidente da Cristal Union, cooperativa que representa mais de 40% de toda a beterraba produzida na França, para fins de açúcar e etanol.
Jean-Marie Chauvet durante a visita ao cluster IAR
Dia 4: o quarto dia foi, pessoalmente, um dos mais interessantes, pois entramos na pauta do uso de materiais geneticamente modificados, seus benefícios e restrições. Marie-Cécile Hénard, agrônoma e economista responsável por inovação e mercados na organização saf agr’iDées, discutiu a falha de comunicação entre ciência e agricultura, e seus reflexos na percepção da sociedade. Geralmente, os órgãos responsáveis pela formulação e estabelecimento das leis estão distantes da agricultura e sua realidade.
Isso faz com que a adoção de organismos geneticamente modificados (OGM) se dê em profunda desigualdade em vários países, gerando empecilhos ao trading global e à construção de um marco regulatório legal mais unificado e coeso. Além, tecnologias originadas em países cuja maioria da população tem visão contrária aos OGM tendem a excluir essa importante ferramenta em seu processo de desenvolvimento, como a agroecologia, de grande relevância na França, que acredita que a otimização de agroecossistemas e biotecnologia são excludentes.
O mesmo país, ainda segundo Marie-Cécile, importa aproximadamente 30 milhões de toneladas de soja GM todos os anos para se produzir ração animal. Observa-se, portanto, como a veiculação de informação pode ser defasada, e como isso impacta na escolha do consumidor final, que apoia a proibição de pesquisas em biotecnologia com direcionamento à agricultura (principalmente na Europa).
Dia 5: a fala muito especial de Jean-Pierre Beaudoin, ex-presidente do Grupo i&e, nos fez questionar a forma pela qual nos comunicamos, e se atingimos os objetivos almejados sob essa comunicação. Jean-Pierre enfatizou a desconexão entre o ideário comum do homem urbano e do homem rural. Os estereótipos apontam para o consumidor como multifuncional, urbano e “mimado”, enquanto o homem rural é visto como um “cliché”, alheio às questões sociais que não abrangem a agricultura e subsidiado, impossibilitado de ser completamente autônomo em seu negócio.
Como resultado desses preconceitos, Jean-Pierre aponta os 30% de desperdício global de alimento e a nossa incapacidade em distinguir racional de razoável, comunicação de relação. Foi um verdadeiro despertar a todos nós.
Jean Pierre Beaudoin discutindo comunicação
Dia 6: a conversa muito interessante e descontraída com Géraldine Weber, Fanny Mingam e Pierre Martin, integrantes da Bio3G, sobre estímulos à liderança através do desenvolvimento de habilidades pessoais. Os principais pontos para se estabelecer parâmetros de liderança são: faças o que dizes fazer e digas o que fazes, assuma riscos, adapte-se ao trânsito de gerações, valorize o conhecimento dos colaboradores, preste atenção nas pessoas, dedique-se a elas e estimule-as a desenvolver suas habilidades criativas, imaginativas, emocionais.
Um ambiente de trabalho colaborativo e de confiança interpessoal é fundamental para se estabelecer princípios de respeito e alegria nas empresas.
Jantar muito especial no Mumm
Dia 7: no sétimo dia, de fechamento dessa incrível semana, dividimos os bolsistas em grupos de cinco a sete pessoas para discutir e propor mudanças em temas centrais da agricultura de abrangência global. O grupo em que participei discutiu o papel do produtor rural na construção de novos mercados em países em desenvolvimento, assunto muito pertinente ao Brasil.
Chegamos às conclusões (embora não definitivas), de que é preciso entender o mercado e o melhor acesso a este, promover cooperação e organização direta entre produtores de diversos países, desenvolvendo-se uma relação de ganha-ganha, investir na adoção de tecnologia (acesso a e adoção de) e explorar uma maior retenção de valor de mercado de commodities agrícolas a nível do produtor, amenizando o uso desses produtos como mecanismo de especulação.
Foi uma ótima maneira para abrangermos todos os tópicos discutidos nessa semana de intenso trabalho.
Atividade de encerramento da conferência
Eu não poderia imaginar uma maneira melhor de ser introduzida ao programa da Nuffield senão através da CSC. Fui apresentada a dezenas de pessoas inteligentes, dinâmicas, bem-sucedidas e sempre tão dispostas a transmitir conhecimento, estudei a agricultura global sob diferentes perspectivas e, realmente, tive minhas concepções confrontadas inúmeras vezes e, o mais importante, fiz amigos. Amigos para a vida. Me senti acolhida e bem-vinda por todos os integrantes Nuffield, e deixei Reims em meados de março com a certeza de que este será um ano de muito trabalho, alegria e parceria.
Todas as palestras podem ser encontradas aqui, assim como as fotos do evento.

#03 Contemporary Scholars Conference, or Companionship Spirit and Commitment

February 28th, 2015, marked the start of the 2015 Contemporary Scholars Conference (CSC). About 75 professionals from various sectors related to agribusiness gathered in Reims, in the Champagne-Ardenne region, France, to discuss the future of world agriculture and the development of an innovative and dynamic agricultural sector.
This was the first contact with other scholars, Nuffield representatives in each country, and with actions taken by the organization in global collaboration. Jean Lonie, US Nuffield representative, gave us the perfect definition for the conference in her first speech: we were all there to have our minds stretched, our concepts confronted and our vision expanded. It is a true exercise in understanding the many spheres and realities around agriculture that we do not realize exist.
Since always, people who take on the responsibility of change have determined History. This is one of the conference’s major goals: preparing the next generation of leaders in agriculture through a combination of the most relevant and current guidelines of global agribusiness (succession, sustainability, overpopulation, management, among others).
It was seven days of intense work, meeting people from all around the world, studying, discussing, idealizing... All the content was very valuable and instructive, but let’s make an immersion here to the events most prominent to me.
Day 1: timeline of my life. Basically, we set up a graph in which the X axis marked years of life to date of birth, where we would put decisive events in our history (good and not so good), and the Y axis marked the scale of importance of such facts. It was an excellent exercise to reflect our life up to that moment and use it to introduce ourselves to other scholars.
Day 2: a presentation by Edwin Van Raalte, the first and, personally, most current and complete speech about the dilemmas surrounding the future of agriculture. We discussed the issue of global food crisis, under the central premises of population growth (158 people born per minute in the world), waste (if all the wasted food came from a country, this would be the 3rd economy in the world) and succession (every 20 years, the number of farmers is reduced by half). According to Edwin, the average growth in agricultural production is 1.4%, while the estimated rate is 1.75%.
Edwin Van Raalte and the future of farming
The waste topic has different perspectives depending on the nations development. In developed countries, waste is mostly high among final consumers, while in developing economies the biggest waste is throughout the value chain, highlighting the need of production and logistics improvement.
Day 3: visit to the Agro-Resources and Industry (IAR) cluster/Cristal Union. IAR supports business models based on the principle of biorefining, which means commitment to the full use of plants (there are no unused matter). Its benefits involve the exclusive use of renewable raw materials, supplies independence from fossil fuels, greenhouse gas emissions reduction, elimination of agricultural inputs waste and support for the economic development of areas affected by industry migration.
Jean-Marie Chauvet guided the tour, with prior introduction of Olivier De Bohan, president of Cristal Union, cooperative representing over 40% of all beet produced in France, for ethanol and sugar production.
Jean-Marie Chauvet during the IAR's cluster visit
Day 4: the fourth day was personally one of the most interesting, as we enter the agenda of genetically modified material, its advantages and restrictions. Marie-Cécile Hénard, agronomist and economist responsible for innovation and markets in the saf agr'iDées organization, discussed the breakdown in communication between science and agriculture, and its impact on the society perception. Generally, the agencies responsible for the formulation and establishment of laws are far from agriculture and its reality.
This makes the adoption of genetically modified organisms (GMO) to take deep inequality in diverse countries, creating impediments to global trading and construction of a legal regulatory framework more unified and cohesive. In addition, technologies originated in countries where most of the population is against GMO usage tend to exclude this important tool from the process, such as agroecology, of great importance in France, that is under the belief that optimization of agro-ecosystems and biotechnology are exclusive.
France, also according to Marie-Cécile, imports about 30 million tons of GM soybean every year to produce animal feed. It is observed, therefore, how the information transmitted may be outdated, and how it impacts the final consumer choice, which supports the ban on research in biotechnology for agriculture (mainly in Europe).
Day 5: very special presentation by Jean-Pierre Beaudoin, former president of the i&e Group. We were questioned about the way we communicate, and if we achieve the objectives targeted through communication. Jean-Pierre emphasized the disconnect between common ideals of urban people and rural men. Stereotypes point to the consumer as multifunctional, urban and "spoiled". Meanwhile, the rural man is seen as a "cliché", oblivious to the social issues that do not cover agriculture and subsidized, unable to be completely autonomous in his business.
As a partial result from these prejudices, Jean-Pierre points to 30% of global food waste and people’s inability to distinguish rational from reasonable, or relationship from communication. It was a real awakening to us all.
Jean Pierre Beaudoin discussing communication
Day 6: a very interesting and relaxed conversation with Geraldine Weber, Fanny Mingam and Pierre Martin, members of Bio3G, on the encouragement of leadership through development of personal skills. The main points to establish leadership parameters are: do what you say and say what you do, take risks, adapt to change between generations, value ​​the knowledge of employees, pay attention to people, devote yourself to them and encourage them to develop their creative, imaginative and emotional skills.
A workplace of collaboration and trust in each other is important to build an environment of respect and joy.
Very special dinner at Mumm
Day 7: in the seventh day, closing this amazing week, we were divided into groups of five to seven people to discuss and propose changes in central themes of global agriculture. The group that I participated with discussed the role of farmers in building new markets in developing countries, a very relevant subject to Brazil.
We came to conclusions (though not definitive), that it is necessary to understand the market and better access to it, to direct cooperation and organization among producers from different countries, developing a win-win relationship, to adopt technology (access to and adoption of) and to promote higher market value retention of agricultural commodity to producers, softening its use as a speculation weapon.
It was a great way to encompass all topics discussed in this week of intense work.
Debriefing activity
I could not imagine a better way to be introduced to the Nuffield scholarship but by the CSC. I met dozens of smart, dynamic and successful people, so willing to share their knowledge, studied the global agriculture from different perspectives and, indeed, had my conceptions confronted numerous times. More importantly, I made friends. Friends for life. I felt accepted and welcomed by all Nuffield members, and left Reims in mid-March with the certainty that this will be a year of hard work, joy and partnership.
All presentations can be found here as well as photos of the event.