Posterior à CSC, os bolsistas participaram do tour Battlefield (ou campo de batalha), organizado por Jim Geltch, num trajeto de três dias que percorreu o norte da França e Bélgica revisitando o passado da 1ª Guerra Mundial, seu legado de inúmeras perdas e destruição.
2015 é um ano especial, pois marca o 100º aniversário do Dia ANZAC (exército australiano e neozelandês), quando tropas dos dois países desembarcaram em Gallipoli, península turca, para se juntar à ofensiva dos Aliados.
Fomos remetidos a um passado de batalhas difíceis, de devastação de milhares de vidas e condições de sobrevivência que a nossa geração é afortunada em não compreender por completo. Esses três dias de imersão histórica deixou todo o grupo num estado de profunda reflexão acerca das motivações da guerra, do sentimento de dever e patriotismo de quem viveu à época, e dos caminhos traçados para que trilhássemos agora em paz, paz esta não absoluta, mas infinitamente superior a anos de confronto bélico global.
Três momentos me foram muito especiais nessa viagem: a ida ao Memorial Nacional Australiano, na comuna francesa Villers-Bretonneux, onde em abril de 1918 a vitória australiana significou um verdadeiro turning point na Guerra, ao Memorial Thiepval, ou Memorial Anglo-Francês, “to the missing of the Somme”, à memória de mais de 70 mil britânicos e sul-africanos que lutaram na Battle of the Somme – belas cartas de crianças frente às lápides dos soldados homenageando-os com carinho –, e a cerimônia no Portão Menin, que acontece todos os dias (sim, todos) às 20h em Ypres, Bélgica, para recordar os que lutaram em defesa da cidade.
Meu sentimento ao fim dessa jornada foi de gratidão, pela oportunidade de conhecimento desses eventos que muito definem quem somos e onde estamos hoje, e de respeito àqueles homens que escreveram a história da Guerra.
A maioria de nós, brasileiros, não traz em suas famílias o legado das 1ª e 2ª Guerras Mundiais, não teve seus familiares envolvidos e/ou mortos em campos de batalha e não viveu num país dizimado pelo confronto. O nosso menor (embora não homogêneo) envolvimento talvez signifique um privilégio, mas isso não tira o dever de nos informarmos a respeito e nos engajarmos.
As fotos do tour estão disponíveis aqui.
O grupo no memorial da Segunda Divisão Australiana |
Nenhum comentário:
Postar um comentário